Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Quando esteve em Mossoró na semana passada, para um evento cartorial do seu partido, o senador José Agripino (DEM) disse que iria se esforçar para reverter a inelegibilidade da ex-governadora Rosalba Ciarlini. Por duas razões a declaração pega a todos de surpresa.

Nas últimas eleições estaduais, o senador, líder máximo do DEM, não permitiu que Rosalba Ciarlini – então governadora – tentasse a reeleição. A decisão provocou a ira dos rosalbistas roxos. Pouco menos de um ano depois, o senador vem a Mossoró gritar a importância de Rosalba. O que aconteceu?

Além disso, as chances de a ex-governadora reverter sua situação de inelegibilidade são semelhantes as do Vasco se manter na série A do Campeonato Brasileiro, quase nenhuma. Ela tem condenações por órgãos colegiados na Justiça Comum e na Justiça Eleitoral.

E de que forma o senador pode agir para que as decisões sejam revertidas? Ele tem poder sobre o Judiciário? Os Desembargadores e Ministros votam com base em pedidos de congressistas? Até onde sei, são as leis e a jurisprudência que norteiam as decisões dos tribunais.

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“Ele é meio psicopata, não tem remorso. Isso tudo é acentuado pelo fato de beber e fumar maconha o dia inteiro. O acervo de minha mãe está sob a responsabilidade de um alcoólatra, um cafajeste, um desequilibrado. Essa é a verdade”. (Eduardo Clark, sobre seu irmão, Álvaro Clark. Os dois travam uma luta titânica pela herança da mãe, a artista plástica Lygia Clark)

“Os motivos que levam Eduardo a vomitar mentiras, difamando os réus, naturalmente atingindo e prejudicando a obra da mãe, são evidentes: falta de dinheiro e excesso de dívidas”. (Advogado de Álvaro, em resposta).

A artista plástica mineira Lygia Clark feneceu em abril de 1988. Desde então seus filhos se digladiam no Judiciário pelos seus bens.

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O governo reduziu em 75% as verbas de custeio para pesquisas em cursos de mestrado e doutorado. Nos últimos 20 anos, o Brasil tinha passado da 24ª para a 13ª posição no ranking de pesquisas produzidas. A tendência era galgar mais posições, mas com o corte o país tende a cair no ranking. Uma lástima. O país jamais sairá de sua condição de inferior tecnologicamente. Nossa sina é vender grãos e comprar aparelhos eletrônicos.

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Eu não abomino o jornalismo do talão de cheques, até porque todos os órgãos precisam de uma fonte de renda, o que critico com veemência é a falta de transparência, é querer mostrar que a parcialidade é motivada por questões nobres, de cunho social e comunitário.

Cada órgão de imprensa que é bancado por um ente público deveria divulgar isso às escâncaras, seria mais honesto. O leitor tendia a aceitar mais os argumentos, desde que nas matérias não houvesse mentiras, é claro.

O ideal mesmo seria uma imprensa desvencilhada do poder público, mas no Brasil isso é quase impossível. Um órgão de imprensa não consegue sobreviver apenas com os recursos dos leitores e da iniciativa privada.

Para reforçar a parcialidade, o gestor público que patrocina um jornal ou um blog, por exemplo, quer que a linha editorial lhe seja favorável. Não aceitam que os órgãos se limitem a divulgar os atos da gestão, querem que digam que os gestores são “lindos, bonitos e joiados”. Assim fica difícil.

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Hoje é o Dia do Educador Físico. Parabéns a todos que labutam nesta área. A prática de atividade física combate o sedentarismo, um dos pilares das chamadas doenças adquiridas, como hipertensão e diabetes. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda 30 minutos de exercícios físicos por dia, cinco vezes por semana.

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Recebi o convite para o lançamento da Vírus Viagens, uma nova agência de viagens genuinamente mossoroense. O evento será amanhã (02set), às 19h30, no Requinte Buffet. A animação ficará a cargo de Renata Falcão. A organização é do colunista social Sérgio Chaves.

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2 respostas

  1. Vírus(???) Viagens.

    Pense num nome “lindxio” e atraente.

    Misericórdia! Quanta falta de criatividade.

  2. No que concerne a “redução de verbas para custeio”lembrei disto:”No dia-a-dia no comércio mundial de mercadorias, em média, 1kg de soja custa US$ 0,25 (dez centavos de dólar), 1kg de automóvel custa US$ 10, isto é, 40 vezes mais, 1kg de aparelho eletrônico custa US$ 100, 1kg de avião custa US$ 1.000 (equivale a 4 mil quilos de soja) e 1kg de satélite custa US$ 50.000 (200 toneladas de soja). A produção de riquezas com maior conteúdo tecnológico agregado tem um custo maior porque a sua fabricação necessariamente gera mais e melhores empregos, enquanto que a extração de recursos naturais, fornecidos gratuitamente pela natureza, gera poucos e maus empregos. Esse exemplo é bom para ilustrar aquelas pessoas que pensam que só a agricultura e a exportação de recursos naturais farão o Brasil se desenvolver.”Weber Figueiredo professor da faculdade de engenharia da UERJ.” E a propósito do “jornalismo do talão de cheques” lembrei disto:”Liberdade de imprensa não temos. Todos sabemos: não temos. O que há aí é um simulacro. Se preferirem, uma mentira bem arrumada, bem embrulhada em papel de seda ou acondicionada em caixas de isopor. Não liberdade de imprensa, não democracia nas comunicações sociais. Acho que não haverá liberdade de imprensa enquanto o poder público, na manipulação inescrupulosa de dinheiros também públicos, dirigir e ordenar as vidas das empresas jornalísticas com a sua política manipuladora de publicidade transformada em tapa-boca, em compra de proteção e em declarado e descarado suborno.”

    Dorian Jorge Freire

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