Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Tomar aquele cafezinho se tornou uma das coisas mais difíceis da atualidade. Outrora, eu chegava no balcão e pedia café, o atendente, sem dizer nada, me trazia o pedido, muitas vezes em copo americano. E então eu degustava minha dose diária de energia para encarar o dia de trabalho. Hoje em dia isso não é mais possível. Ao pedir um café nos dias atuais, a pessoa do outro lado lhe faz umas trocentas perguntas, se quer cappuccino, macchiato, cortado, com panna, com chantilly, adoçante ou açúcar, canela ou avelã, com ou sem colarinho etc. E ainda tem aquelas coisas de cápsulas. Puxa, o cara agora tem que fazer um curso pra tomar uma porra de uma xícara de café? Tem que andar com uma barista debaixo do braço? Eu só quero tomar um café, igual ao que minha avó fazia, pode ser ou está difícil?

E mesmo quando a gente pede um café puro e simples, a atendente ainda nos traz um café com cor caramelada e com espuma. Que fim levaram os cafés pretos?

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I – Em 1549, Manuel da Nóbrega, chefe da missão jesuíta no Brasil, escreveu sobre os portugueses que foram enviados para nosso país. “Os homens que aqui vêm não acham outro modo senão viver do trabalho dos escravos, que pescam e vão buscar-lhes o alimento, tanto os domina a preguiça e são dados a cousas sensuais e vícios diversos”. O texto está numa carta enviada ao padre Simão Rodrigues. Especificamente sobre os padres da capitania de Pernambuco ele vocifera: “Os clérigos desta terra têm mais ofício de demônios que de clérigos”.

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II – Para colonizar nosso país, Portugal enviou o que de pior existia em suas terras, a começar pelos presos (assassinos, ladrões etc), que foram quase todos enviados para a colônia recém conquistada. Também foram enviados homens que não eram dados à labuta, como filhos problemáticos. Com uma ascendência tão pesada, seria difícil que hoje tivéssemos um país de pessoas honestas e ordeiras. Isso explica os Malufs, Dirceus e Calheiros da vida.

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As paixões alteram o julgamento. Ninguém consegue ver as coisas como realmente são, por isso é tão difícil discutir política, futebol e religião. Ser imparcial em tais assuntos é um exercício difícil, que apenas alguns conseguem cumprir com maestria. Há um agravante quando a paixão não vem do coração, mas sim do bolso. Nestes casos, é como amor de gato, que não gosta do dono, mas sim da casa.

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Entre 2009 e 2014 o número de ações contra a União em busca de algum tratamento de saúde ou de remédios subiu 491%, um número impressionante. A já chamada judicialização da saúde divide opiniões nos tribunais. É justo a União pagar milhões para bancar o tratamento de um único paciente, quantia que poderia ser usada para tratar centenas? De outro modo, a Constituição Federal garante que a saúde é um direito do cidadão. Questão tormentosa.

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O peso da mochila não deve superar os 10% do peso de quem a carrega nas costas.

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PATRONOS DE RUAS – Melo Franco. Nasceu no ano de 1870, no município de Paracatú/MG. Foi ministro da Viação no governo de Delfim Moreira. Sua atuação foi muito importante para a construção da estrada de ferro de Mossoró. Morreu no dia 01º/01/1943.

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2 respostas

  1. DESJEJUM – Pelo que andei ouvindo, também não é mais possível tomar um mingau com grude no mercado de Areia Branca. Caso esteja por lá numa manhã qualquer, irei verificar a informação.

  2. Só queria lembrar que a Austrália era uma colônia penal.

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