Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Nos dois últimos finais de semana, o capitão Styverson esteve em Mossoró à cata de motoristas que dirigem após ingerir bebida alcoólica. Inicialmente cabe destacar que o capitão é cedido ao Detran, desta forma ele tem jurisdição em todo o Estado. Por isso que ele comanda blitzen em Natal, Mossoró, Caicó e outras cidades. Nas operações ele pede auxílio da polícia local. Assim, não devemos falar de usurpação de competência, como imaginam alguns.

O problema que vi nas operações realizadas em Mossoró foram os maus tratos com os motoristas flagrados no bafômetro. Eles ficavam horas trancafiados num ônibus esperando para serem autuados. A demora era tanta que em alguns casos o reteste não mais acusava a presença de álcool no organismo.

Senti a omissão da OAB no caso. Sua comissão de Direitos Humanos deveria ter se pronunciado e agido para coibir tal excesso. Não se critica aqui as blitzen e as prisões, mas sim as condições em que os motoristas eram mantidos. Qualquer punição que extrapole o previsto na legislação deve ser coibida. É aí onde deveria entrar a OAB, mas ela não entrou, manteve-se silente. Aliás, o silêncio vem sendo a marca registrada da OAB nos últimos anos.

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Causou um grande reboliço nas redes sociais a crônica que o apresentador Zeca Camargo fez sobre a morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo. Exibida no Jornal das Dez, da Globo News, a crônica critica o atual momento cultural vivido pelo Brasil, desprovido de talento de verdade, e que por isso qualquer um é elevado ao ponto de astro. Cita então o cantor Cristiano Araújo. Zeca não entende tanta comoção em torno de uma pessoa que não era muito conhecido e que ainda não tinha provado que realmente tinha talento.

Na crônica Zeca critica até mesmo a moda dos livros de colorir, dizendo que eles refletem nossa total falta de criatividade. Ele argumenta que estamos tão decadentes de cultura que nos rendemos à fácil e infantil tarefa de colorir.

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PATRONO DE RUAS. Idalino de Oliveira. Comerciante próspero, vereador e abolicionista. Nasceu em 06 de janeiro de 1848 e morreu no dia 18 de abril de 1919.

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Enfim o Mossoró Cidade Junina acabou. Toda a programação anunciada foi cumprida, apesar de alguns percalços no meio do caminho. Desde o início surgiram notícias, vindas da oposição, de que o evento não se realizaria. O “não vai ter” começou já no Pingo da Mei Dia, e depois continuou com o Chuva de Balas, algumas apresentações musicais etc. Foi o que mais se ouviu neste mês de junho. No entanto, teve tudo.

Não podemos dizer, todavia, que tudo transcorreu em céu de brigadeiro. Problemas houve, claro, sobretudo causados pela empresa promovente do evento, a cearense Ferdebez, mas tudo foi contornado a tempo. Impossível que uma festa do porte do MCJ não tenha problemas.

Cabe um elogio especial à segurança do evento. Não foi registrado nada de grave em nenhum dos dias. A logística adotada foi impecável, evitando que incidentes maiores ofuscassem o brilho da festa.

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O número de assassinatos de jovens entre 16 e 17 anos quadriplicaram no Rio Grande do Norte na última década. O dado está no estudo Mapa da Violência, divulgado ontem, que mostra ainda o RN na quarta posição no ranking dos estados onde há mais assassinatos de jovens nesta faixa etária, perdendo apenas para Alagoas, Espírito Santo e Ceará.

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Uma resposta

  1. Não sou nem um pouco admirador do Zeca Camargo, mas sou obrigado a concordar com sua crônica.
    Até o dia da morte do cantor(?) Cristiano Araújo eu nunca ouvira falar do mesmo e continuo sem saber quem é, pois não procurei informações nem assisti nada sobre o mesmo nem sua morte, limitei-me aos comentários e histerias das redes sociais.
    Lamento a morte do rapaz pela sua juventude e como ser humano, afinal, nenhum jovem merece tão triste e prematuro fim, mas a verdade é que, como disse o Zeca, o momento “cultural” vivido no Brasil, um país que tem Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Maria Bethânia, Toquinho, Milton Nascimento, Gal Costa e outros tantos nomes consagrados e que já teve Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Elis Regina, Renato Russo, Cazuza, Raul Seixas, Tim Maia, Emílio Santiago, é paupérrimo.
    A comoção popular e superdimensionamento midiático da morte desse rapaz, mostra o quanto estamos carentes de boa música. Particularmente me achei até um peixe fora d’água com o bombardeio nas redes sociais.
    Nada contra sua “música”, afinal, gosto não se discute (lamenta-se), mas a verdade é que estamos perdendo nossa identidade com a MPB.

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