Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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I – Na última sexta-feira (13) estive na Cadeia Pública de Mossoró. Saí de lá imaginando como alguém, que passa por uma situação daquelas, ainda comete infrações quando soltos, arriscando voltar. Ao comentar isso com um agente este sapecou: “Já teve caso de o cara ser liberado pela manhã e ter retornado à tarde”.

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II – Com a superlotação das celas, os presos ficam todos amontoados, sob um calor e uma mau cheiro insuportáveis. No pé da cela há muitos restos de comidas, os quais atraem os mais diversos insetos e bichos. A quantidade de moscas é algo que eu nunca tinha visto. Nem bicho vive numa situação daquelas. Para visitar tem que ter o estômago forte, avalie para quem está preso.

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III – Quem leu as duas notas acima pensa que eu só estive na cadeia uma vez, e que tive o choque que todos os que visitam o local pela primeira vez tem. Na realidade, sempre vou à cadeia, em razão de meu ofício, e em cada uma delas me estarreço com o que vejo. Não consigo acreditar como alguém vive daquele jeito, e então me pego refletindo: “e ainda achamos ruim quando falta energia e temos que passar algum tempo sem ar-condicionado ou ventilador”. Claro que eles estão ali porque erraram, mas não consigo esquecer que também são humanos.

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IV – O Brasil possui quase 600 mil presos, os quais têm o seguinte padrão: são homens, com menos de 24 anos, têm a pele escura, não formou família, nasceu no Brasil, mora na zona urbana e não chegou ao ensino médio.

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V – Relatos de ponta a ponta do Brasil mostram como os presos são tratados como bichos. Na Bahia já foram encontradas baratas nas refeições, no Piauí as refeições vêm num saco, no Tocatins só servem arroz com ovo ou linguiça, no Pará grávidas dormem no chão, entre várias outras situações. Por isso há tantas denúncias contra o Brasil na OEA e na ONU.

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I – Uma grande onda de boatos tomou conta dos grupos de WhattsApp na noite de ontem. Muitos áudios e postagens sugeriam que Natal e até Mossoró estavam sendo alvos de ataques em massa de bandidos, sob orientação do PCC. As postagens falavam em arrastões, perseguições à autoridades e tiroteios. Tudo boato. Do meio para o fim já começaram a circular áudios pilheriando os boatos, como um dizendo que os bandidos haviam tomado o Rio Potengi e outro dizendo que entraram no Midway e derrubaram o 2º e 3º andares.

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II – De fato, há uma crise se instalando no sistema prisional do Estado, mas tudo está sob controle, pelo menos até agora. Não houve registro nem ao menos de fugas.

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III – As pessoas estão se acostumando com o aplicativo WhattsApp, mas não estão sabendo lidar com as postagens. Não conseguem ainda ter senso crítico diante do que é divulgado, sobretudo em correntes. O número de boatos é muito alto. É preciso cuidado antes de disseminar algo ainda pendente de confirmação.

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A ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, estava ontem à tarde movimentando a economia recifense. No momento da foto ela estava escolhendo sandálias numa das lojas do shopping Rio Mar, acompanhada do seu esposo, Maurício. Saiu de lá com alguns pares. O registro foi feito pelo leitor Paulo Brasil Filho.

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I – O blog parabeniza o empresário Fábio Fontes de Oliveira (Fábio Paulista), um dos sócios da Auto Peças São Paulo. Ele recebeu ontem, em sessão solene da Câmara Municipal, o título de cidadão mossoroense, uma propositura do vereador Vingt-un Neto.

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II – Outro homenageado da noite foi o jurista Paulo Linhares, que recebeu a Medalha do Mérito Administrativo Governador Dix-sept Rosado.

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5 respostas

  1. Muitas pessoas lamentam a difícil vida carceraria, mas esquecem que, os que estão lá assassinaram pessoas de bem que hoje jazem sob uma lapide em um cemitério. Situação bem pior que a dos bandidos que continuam vivos. Se as famílias dos presos sofrem com a maneira como são tratados seus entes queridos nos presídios, mais sofrem e choram as famílias que perderam seus familiares assassinados por eles. Ou aqueles que perderam tudo para os ladrões.

    Apenas os familiares, as pessoas que NUNCA FORAM ROUBADAS ou NUNCA PERDERAM UM PARENTE ASSASSINADO, tem pena de presos.

    Portanto, todo castigo para bandido, assassino e ladrão, é pouco. Que se lasquem todos.

  2. Meu Caro José Praxedes, não se trata de ter pena e (ou) deixar de ter pena, trata-se de fazer valer u cumprimento da Lei, infelizmente pra maioria dos brasileiros, verdadeiramente uma abstração.

    Os pesos, não esqueçamos, em sua grande maioria pretos e pobres, estão por óbvio, presos porque cometeram crimes, por mais óbvio ainda estão pagando sua pena pena e não merecem serem vingados como Vossa senhoria quer e alienadamente propaga.

    A LEP (Lei de Execução Penais) existe para que o preso cumpra sua pena, dentro dos rigores da Lei, assim como como, tenhas suas garantias constitucionais como todo e qualquer brasileiro minimamente garantidas. Advogar e propagar o ódio , o preconceito e discriminação em direção a quem já está pagando pelos crimes porventura cometidos, é verdadeiramente advogar que a barbárie dentro das prisões continue, traduzindo-se em torturas e maus tratos diários, além do cumprimento da pena além do que foi determinado em sentença, é aadvogar o caos.

    Caro Cidadão, procure ler, se informar, ter contatos com especialistas, e não tentar disseminar a ignorância, o preconceito e o ódio contra aqueles que estão encarcerados e não tem como se defender.

    Quem pode garantir que qualquer de nós, ditos cidades de bem, não possamos estar num futuro não tão distante, presos por pelo cometimento de qualquer crime…!!!???

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 718.

  3. Se alguém tem pena de bandidos porque estão sendo maltratados nas penitenciarias, que os leve para sua casa e faça bom proveito.

    Fácil, fácil. Né não?

  4. Estou de acordo. O correto seria a população contratar vários caminhões tanque carregados com gasolina, pedir para os policiais saírem das penitenciarias e delegacias, derramar o liquido em seus interiores e acender um fosforo.

    Em seguida, colocar uma faixa em cada unidade prisional com a seguinte frase:

    “TEMOS VAGA. ACEITAMOS NOVOS HOSPEDES”

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