Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

Tio Colorau

Por Erasmo Firmino

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Colhi a foto acima no blog policial “Passando na Hora”. Chamou-me à atenção a presença de crianças na cena de um crime chocante. Na foto, elas observam o corpo de uma adolescente de 13 anos, vítima de um disparo de arma de fogo. Uma delas, inclusive, fotografa o corpo da menina. Coisa mais triste.

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Internado desde 17 de dezembro, o sanfoneiro Dominguinhos deixou a UTI do Hospital Sírio-Libanês no último sábado, dia 13. O quadro do músico, que tem 71 anos, é considerado estável.

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I – Concordo, em parte, com a ideia de aumentar a duração do curso de Medicina de seis para oito anos. Em parte porque a medida deveria ser exigida apenas para quem faz o curso em universidade pública. Como o Brasil não prioriza o ensino de base, só consegue passar em faculdade pública quem fez ensino médio em boas escolas particulares, ou seja, quem tem boas condições financeiras.

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II – Nossas faculdades públicas são repletas de jovens oriundos de famílias bem aquinhoadas. É justo que passem – tais acadêmicos – ao menos dois anos prestando serviços públicos e gratuitos, para compensarem o ensino de qualidade que receberam sem desembolsar uma só pataca de mensalidade.

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III – Por outro lado, quem pagou faculdade particular deve ser liberado para trabalhar e assim amenizar as contas da família.

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Os times potiguares não estão nada bem nas competições nacionais que estão disputando. Dos quatro, três perderam de quatro no fim de semana. O ABC foi a São Paulo e lá apanhou de 4×1 do Palmeiras. Em casa, o América perdeu de 2×4 para o Sport de Recife. O Baraúnas foi a São Luís (MA) para perder de 4×1 para o Sampaio Corrêa. No Nogueirão, o Potiguar sofreu um 0x3 do Tiradentes. O Potiguar – que disputa a série D – é o único time que não corre risco de rebaixamento, pelo prosaico fato de não existir série E.

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I – Pela primeira vez, a jornalista Laurita Arruda comentou sobre a polêmica viagem que fez, com o presidente da Câmara, Henrique Alves, ao Rio de Janeiro, para assistir à final da Copa das Confederações. O presidente da Câmara foi acusado de usar avião oficial para interesse privado. Laurita Arruda, atual companheira do deputado potiguar, comentou sobre o assunto no seu bem visitado blog (www.lauritaarruda.com.br), reproduzido no blog do jornalista Carlos Santos.

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II – Se você ficou curioso para saber o que a jornalista escreveu sobre a polêmica viagem, nem perca seu tempo acessando o site. No post sobre o episódio ela não escreve nada sobre o episódio. Nos 20 parágrafos do post ela diz apenas que “passou de estilingue à vidraça”. Tudo o mais é variação desta frase.

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Já foi realizada alguma audiência púbica para discutir o não funcionamento do UPA do bairro Belo Horizonte? Inaugurado no segundo semestre do ano pretérito, a unidade hospitalar continua sem funcionar. Uma audiência pública seria necessária para buscar uma solução para este problema. Sem acusações e sem mira de dedos, cabe aos que tem poder unirem forças e fazerem a estrutura funcionar. A saúde pública de Mossoró agradece.

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I – Em 1985, a banda RPM estourou com a música “Olhar 43”. Eu tinha OITO anos, mas me recordo bem da música tocando direto nas rádios e o RPM se apresentando na tevê. Comecei a acompanhar os sucessos das rádios a partir deste ano. É também de 85 o hit-chiclete “Serão Extra (Eu fui dar, mamãe)”, do Dr. Silvana & Cia. Em 1986 o Titãs estourou com “Polícia” e em 1987 foi a vez da Legião Urbana com seu “Faroeste Cabloco”. O grande ano do Engenheiros do Hawaii foi 1990, com “Era Um Garoto…” e “O Papa É Pop”.

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II – A geração 90 do rock brasileiro começou na segunda metade da década, com a “Proibida pra Mim” do Charlie Brown Jr., de 1998, e a “Mulher de Fases”, dos “Raimundos”, de 1999. De 2000 até os dias atuais, a única música de rock que tocou bem nas rádios foi “Tropa de Elite”, da banda Tihuana, sucesso em 2007.

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III – De 1985 para cá também vi muitos hits-chicletes, aqueles sucessos únicos, que parecem contagiar a todos. Alguns deles: 1986 (Julieta – Sandro Becker), 1987 (O Amor e o Poder – Rosana), 1989 (Adocica – Beto Barbosa), 1995 (Lá Vem o Negão – Cravo & Canela), 1996 (Macarena – Los Del Rio), 2000 (Xibom Bombom – As Meninas), 2003 (Égua Pocotó – MC Serginho), 2005 (Festa no Apê – Latino) e 2010 (Rebolation – Parangolé).

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10 respostas

  1. Acrescento ao seu texto sobre o curso de medicina que quem utilizou o prouni para financiar a faculdade particular também trabalhe os dois anos para quitar este financiamento.

  2. Prezado Erasmo Firmino,

    Quanto a o que você diz sobre as universidades públicas estarem repletas de pessoas oriundas de famílias bem aquinhoradas vamos lembrar alguns pontos:

    1- A educação pública é, e deve ser sustentada já pelas altas taxas de impostos que nós pagamos.
    É uma obrigação do Estado o fornecimento gratuito, uma vez que já pagamos nos mais diversos tributos e impostos.

    2- O famigerado Sistema de cotas disponibiliza por si só 50% das vagas para as pessoas oriundas do ensino público, os demais 50% é misto, ou seja, podem entrar tanto pessoas do ensino público, quanto do ensino privado.

    3- O que o governo fez não foi aumentar o tempo de estudo dos alunos de medicina, e sim obrigou-o a trabalhar forçadamente por mais 2 anos.

    A desculpa utilizada para cobrir os gastos é incabível, o custeamento da educação pública já é dever do estado, se formos pela lógica tal procedimento, qual seja o de forçar o estudante de medicina a trabalhar por 2 anos obrigatoriamente, antes de receber seu diploma. Este procedimento deveria ser feito em todos os demais cursos, o governo custeia da mesma forma, outrossim, levemos em consideração o fato de que o trabalho forçado assim como o governo está fazendo é vedado pela OMT, por se tratar de equiparação, ou situação muito similar à de escravidão, à qual também é vedada pela constituição.

    Não apoio tal posicionamento, primeiro por se tratar de cobrança dupla, uma vez que os gastos com a educação já se sustentam pelos tributos, e o que querem é que o aluno pague novamente pela educação, agora com a sua mão de obra. de outro modo é um retrocesso à liberdade de exercício de profissão, bem como ao nosso estado de direito, forçar um civil a trabalhar.

  3. Caro Erasmo, as opiniões que reiteradamente comungam com o escrachado e imoral corporativismo da classe médica, é a mesma, por exemplo: Que reclama e propala que o bolsa família família é mero assistencialismo e esmola.

    Essas pessoas deveriam tentar viver, um mês que fosse com metade do sala´rio mínimo por exemplo, aí certamente elas não mais chamariam o bolsa família de bolsa esmola.

    Essas mesma pessoas, embora saibam, não dizem o quanto boa parte dos brasileiros, em especial a classe média e empresa´rios de todas as matizes, sonegam de impostos durante todos os trezentos e sessenta e cinco dias do ano.

    Essas figuras só lembram e regateiam a toda hora os seus direitos e o dever do Estado. Incrível que essas mesmas pessoas tem o discurso pronto do Estado mínimo, mas, contraditoriamente a todo e qualquer momento que são chamadas à responsabilidade, automaticamente passam a lembrar do Estado como a vaca de tetas eternas, em que muitos e (ou) todos podem tirar sem ter que nada repor.

    O fato, é que quanto mais se ouve os comentários dessas figuras tentado explicar o inexplicável e justificar o injustificável, mais e mais se aprofundam as contradições de uma elite e de uma casta, de há muito acostumada aos privilégios de um Estado, este sim, verdadeira e historicamente privatizado para uns poucos apaniguados.

    Ora que sociedade democrática essa, onde efetivamente para cerca de 80% (Noventa) por cento da população propriamente só existem deveres, sendo que para os 10% (DEZ) por cento restante, praticante só existem diretos direitos.

    Por último quero dizer ao adolescente/formando Sr. LUCAS MOREIRA ROSADO, que, A Decisão de obrigar estudantes de medicina a servir ao SUS não é só correta e necessária – mais ainda, é fundamental para o processo civilizatório brasileiro

    No caso, geração pós geração de abastadas, privilegiadas e tradicionais famílias, plasmam mais uma vez a velha historia que se repete, o demorado uso e abuso do cachimbo, inexoravelmente faz a boca torta.

    A esse respeito, peço vênia para transcrever artigo de Leandro Fortes da CARTA CAPITAL sobre o assunto em tela.

    Em meio às atabalhoadas reações do governo às manifestações de rua, da constituinte exclusiva ao plebiscito natimortos, a presidenta Dilma Rousseff se saiu muito bem ao mexer na estrutura de dominação social brasileira com essa história de botar os formandos em medicina para trabalhar no Sistema Único de Saúde, a partir de 2015. Trata-se de uma discussão antiga e necessária, mas que, até agora, ninguém tinha tido coragem de levar adiante. Pela reação das corporações de médicos e da nação de coxinhas de jaleco que se manifesta nas redes sociais, sem falar nos suspeitos de sempre da mídia, tudo leva a crer que Dilma mandou muito bem nesse assunto.

    Todo mundo sabe que, no Brasil, as universidades públicas sempre foram um privilégio da classe média e dos ricos, quadro que só foi levemente modificado na última década graças às políticas de cotas raciais e sociais implementadas, sobretudo, no governo Lula. Lembro que, durante os governos do professor, sociólogo, intelectual, PhD e, agora, imortal da Academia de Letras Fernando Henrique Cardoso, a criminosa expansão do ensino superior privado levou essa distorção ao paroxismo.

    Na Era FHC, nenhuma universidade federal foi criada, mas, em contrapartida, milhares de fábricas de diplomas se espalharam pelo território nacional para, paradoxalmente, abrigar os estudantes pobres e trabalhadores. Pior, com um sistema de crédito estudantil bolado por uma tecnocracia cruel, neoliberal, que comprometia a renda do infeliz até pelo menos quatro anos depois da formatura. Nos anos 1990, chegou-se ao cúmulo de que, em certo momento, nas universidades federais, a grande discussão dos estudantes não era sobre a qualidade do ensino, mas a falta de vagas nos estacionamentos das faculdades!

    Na contramão de muita gente, sou favorável ao serviço militar obrigatório, pois se todos usufruem da pátria, é também dever de todos defendê-la. Li e vivi o suficiente, em quase meio século de vida, para saber que a paz é um muro de cristal e o preço da liberdade, como diz o velho axioma, é a eterna vigilância. Acho, apenas, que a doutrina militar brasileira, encapsulada ainda na Guerra Fria, tem que ser revista e refeita para que o conceito de defesa nacional não esteja arraigado apenas ao uso da farda. No mais, não é justo que a massa de recrutas brasileiros continue formada quase que exclusivamente por meninos pobres e negros.

    Também gosto de lembrar que o voto não é obrigatório no Brasil, mas, sim, o comparecimento às urnas. O cidadão pode ir lá, no local de votação, e não votar em ninguém, simples assim. As restrições a essa obrigatoriedade de deslocamento se parecem muito com a banalização da crítica aos parlamentos, baseada em palavras de ordem que escamoteiam o efeito manada embutido nesse tipo de manifestação. Isso porque não há um único parlamento brasileiro (municipal, estadual e federal) que não seja composto por políticos escolhidos em eleições livres. Se são todos corruptos e ladrões, o são, também, aqueles que os elegeram.

    Não sei se a presidenta foi correta ao estender a obrigatoriedade de serviço ao SUS para os estudantes de medicina das faculdades privadas, embora não veja nisso nenhum bicho-de-sete-cabeças. Talvez fosse o caso de impor a regra somente àqueles que estudaram com bolsa do Estado, como os beneficiários do Prouni.

    De qualquer maneira, o fato é que esse poderá ser o primeiro passo para a construção de uma nova e essencial cultura de solidariedade cidadã com resultados óbvios para o processo civilizatório nacional. Mais à frente, espero, será possível estabelecer regras para que todo formando de universidade pública seja obrigado, em algum momento de seu curso, ou mesmo depois de receber o diploma, a prestar algum serviço para a sociedade que financiou seus estudos.

    Ah, e que venham, também, os seis mil médicos cubanos.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

    Um baraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  4. O texto de Laurita Arruda lembrou-me uma frase que minha gosta de dizer, quando não quer dizer nada:
    Não sou contra nem a favor muito menos pelo contrário em se tratando de coisa e tal quanto mais principalmente!!! (tem que falar bem rápido) kkkkkk

  5. E os impostos? E o direito à educação pública de qualidade? É correto também que isso aconteça com advogados, dentistas, engenheiros, professores, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, admnistradores etc etc formados em instituições públicas de ensino?

  6. Colorau, creio que seja preocupante que nossos governos recorram insistentemente a medidas paliativas para resolver os graves problemas sociais que assolam o nosso país. Encaro o bolsa-família como uma necessária medida emergencial, que impede as pessoas de viverem na mais absoluta miséria e lhes dá uma folga mínima para continuar na luta. Mas não vejo a efetividade desse programa se não houver uma decisiva melhora nos sistemas de saúde, segurança e, principalmente, educação pública de base. Alargar o curso de medicina em dois anos, impondo aos estudantes a prestação de serviço público pode até ajudar, mas para mim isso tem cheiro de medidas de guerra, daquelas medidas tomadas em caráter transitório. Só que na verdade não é. Ainda que o governo tome medidas como essas, precisamos exigir dele que implante urgentemente um plano de longo prazo, com perspectivas de resgate da carreira do professor, sobretudo os do ensino fundamental e médio, da estruturação de uma carreira de estado para os profissionais da saúde, com o fim de remendos como os casos das cooperativas médicas, entre tantas outras mazelas que nos impedem de ser o país que teríamos condições de ser. Creio também que o discurso do ódio entre os grupos sociais e/ou ideológicos somente nos distancia das soluções, pois o que vemos hoje é que as pessoas sequer querem ouvir os argumentos umas das outras, pois encontram-se saturadas e rancorosas, indispostas a ceder. Este episódio com o ato médico é um exemplo disso. Acho que nós brasileiros precisamos nos reconciliar, mas creio que estamos longe disso.

  7. Muito sensato sua colocação Dr.Fransuêldo, sempre tenho dito médico brasileiro é pousudo.
    Muito justo o que fez Dilma.Parabéns Dilma! O veto foi cirurgicamente preciso. Os outros profissionais da saúde estudam quase tanto e merecem trabalhar. Do contrário até dentistas teriam de ter em seus consultórios um médico para acompanhar o que seria ridículo. Perfeito!
    Já tava na hora de dar um basta na máfia de branco. E que sejam bem-vindos os médicos estrangeiros.
    BEM VINDOS AOS CUBANOS!!

  8. Só um porém, Erasmo: Os estudantes de medicina que se tiverem que exercer a profissão por 2 anos no serviço público receberão a mísera bolsa de R$ 10.000,00 reais durante o período.

  9. Quanto aos impostos, TODOS nós pagamos impostos (não só os médicos) para termos pessoas qualificadas disponíveis no mercado. Não para que essas pessoas, formadas com o meu dinheiro, partam para outros estados, metrópoles, países, trabalhar em clínicas particulares, usufruindo em único benefício o próprio.

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